Quais as principais técnicas cirúrgicas utilizadas atualmente?

Conhecendo as técnicas cirúrgicas

Existem diferentes técnicas cirúrgicas que são aplicadas para a realização da cirurgia bariátrica e metabólica, e aqui vou explicar três delas: a gastrectomia vertical, mais conhecida como sleeve, o bypass gástrico e, por fim, a duodenal switch. Hoje, sleeve e bypass representam mais de 90% das cirurgias bariátricas e metabólicas no mundo todo.

A escolha entre as técnicas deve ser feita juntamente com o cirurgião, que optará pelo melhor método para obter o resultado desejado e a pronta recuperação do paciente.

Que tal conhecer um pouco sobre cada uma?

Sleeve ou gastrectomia vertical

Procedimento praticado há cerca de 20 anos, é ainda chamado de gastrectomia em manga de camisa, por ter o aspecto parecido com uma. É uma técnica restritiva, que remove cerca de 80% do estômago do paciente, transformando-o em uma espécie de bolsa gástrica em forma de tubo.

Resulta em ótima perda de peso, pois diminui a ingestão alimentar e calórica e, em razão da retirada do fundo gástrico, minimiza a produção da grelina (hormônio) pelo estômago, o que gera também a diminuição do apetite. Além disso, é muito eficaz no controle de diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono, colesterol e triglicerídeos.

Tem sido uma das técnicas mais aplicadas nos últimos anos por ser mais simples e não fazer qualquer emenda no intestino, sendo operada através de laparoscopia. Acredita-se que, em breve, será a cirurgia mais realizada no Brasil e no mundo.

Tal intervenção é, inclusive, utilizada em pacientes que apresentam alto risco cirúrgico e em candidatos aos transplantes renal e hepático.

Bypass gástrico em Y de Roux

A mais utilizada em nosso país, sendo bastante segura e eficaz. É assim chamada porque Roux é o sobrenome do cirurgião que criou a técnica. Ela faz que um desvio do trânsito do intestino com formato similar à letra “Y”.

É um procedimento misto que trabalha com duas etapas: uma restritiva, em que é feito o grampeamento de certa área do estômago, deixando-o com seu volume menor (cerca de 30ml a 50 ml), isto é, o espaço para o alimento diminui, o que, consequentemente, provoca a redução do consumo alimentar. A outra etapa consiste no desvio intestinal inicial, que configura o processo disabsortivo, ou seja, minimiza a absorção de carboidratos e gorduras e efetua alterações hormonais, que dão saciedade e afetam a fome. A cirurgia ocorre por meio de laparoscopia.

A técnica promove perda importante de peso e atua, em longo prazo, na prevenção de comorbidades ou até mesmo em sua remissão, além de diminuir o risco de doenças cardiovasculares, certos tipos de câncer e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Duodenal switch

Nessa técnica existe a união da gastrectomia vertical (com o ressecamento do estômago entre 60% e 85%) com o desvio intestinal.

Por causa desse desvio do intestino, a absorção nutricional fica reduzida, o que oferece benefícios metabólicos, causando, assim grande perda de peso.

Sua utilização diminui complicações como úlceras e dumping.  Ela apresenta ótimos resultados na perda do excesso de peso em longo prazo e no controle da nefropatia diabética. No entanto, pode gerar deficiências nutricionais e queixas como flatulência.

Depois de conhecidas as técnicas, é importante saber quem, de fato, pode se submeter ao tratamento de obesidade através da cirurgia bariátrica e metabólica. No próximo artigo falo um pouco sobre esse assunto, continue sua leitura!

(Fonte: www.sbcbm.org.br)

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